Investimento de Sabedoria

Naqueles memoráveis dias, brilhava a Luz da Verdade, que descera do Infinito para iluminar o mundo.


E porque a treva predominasse, o Embaixador Celeste narrou inúmeras parábolas que deveriam permanecer para sempre na memória da Humanidade.


Em maravilhoso amanhecer, Ele falou:


Lamed era um rei muito poderoso, que possuía terras a perder-se de vista, palácios e joias valiosos, animais e escravos inumeráveis, invejado e bajulado por multidões.


Acreditava-se feliz, repousando na ociosidade dourada, engendrando planos para aumentar a fortuna, sempre receoso de ter o trono usurpado e os tesouros perdidos.


Na sua ganância havia perdido a paz e na temeridade em que se refugiava, passou a ser detestado.


O tempo furtava-lhe as energias, e à louçania juvenil tomaram o lugar a velhice, o cansaço e a debilidade orgânica.


Nesse ínterim, ele ouviu falar que havia duas pérolas de valor inestimável, que todos cobiçavam, mas ninguém possuía recursos para adquiri-las.


Eram únicas, por isso mesmo, incomparáveis e estavam à disposição de quem as pudesse comprar.


Porque já não administrasse os seus bens e domínios, quase exaurido, sem entusiasmo nem fé, o ancião resolveu vender tudo quanto possuía.


Ao concluir todas as negociações, deu-se conta que amontoara o exato valor para adquirir as duas pérolas incomuns.


Sem qualquer receio operou a troca, e nunca mais sofreu, nem se inquietou, nem receou a morte ou a vida.


Ao possuir os dois glóbulos brilhantes e nacarados, libertou-se de tudo e tornou-se totalmente feliz, porque as duas pérolas, nas quais investiu todos os bens, são o amor e a paz.


Será que estamos dispostos a investir todos nossos bens em tal conquista?


São tantos os bens que temos para investir: nossa inteligência, nossa saúde, nossas energias, nossa disposição.


Imaginemos a consequência de colocarmos todos esses bens a serviço deste objetivo: conseguir as pérolas do amor e da paz.


Eis um investimento de sabedoria, que sempre nos dará um retorno inestimável e perene.


Os bens materiais acabam, cedo ou tarde. Esses tesouros da alma, não. Uma vez conquistados, ficam conosco para sempre.


Nenhum amor se perde.


Quando passamos a amar alguém – amor de verdade, amor maduro – esta pérola fica conosco por toda eternidade. Não há quem possa no-la tomar.


Quando temos a consciência em paz – dessa paz de quem faz o bem – nada pode usurpá-la. A paz do cumpridor da lei de caridade é posse legítima.


Pensemos, reflitamos, e façamos nossa escolha.


Onde estamos aplicando nossos bens? Naquilo que acaba, ou naquilo que permanece?



Redação Momento Espírita 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

“Tudo que é seu encontrará uma maneira de chegar até você.”

O Nó do Afeto - Reflexão

Com Deus me deito, com Deus me levanto