Bezerra e o Perdão
Bezerra de Menezes, almoçava, certa feita, em casa de Quintino Bocaiúva, o grande republicano. Em meio da conversa, aproxima-se um serviçal e comunica ao dono da casa: — Doutor, o rapaz do acidente está aí com um policial. Quintino, que fora surpreendido no gabinete de trabalho com um tiro de raspão, que, por pouco, não lhe atingiu a cabeça, estava indignado com o servidor que inadvertidamente fizera o disparo. — Manda-o entrar, ordenou o político. — Doutor, roga o moço, preso, em lágrimas, perdoe o meu erro! Sou pai de dois filhos... Compadeça-se! Não tinha qualquer má intenção... Ser o senhor me processar, que será de mim? Sua desculpa me livrará! Prometo não mais brincar com armas de fogo! Mudarei de bairro, não incomodarei o senhor... O notável político, cioso da própria tranquilidade, respondeu: — De modo algum. Mesmo que o seu ato tenha sido de mera imprudência, não ficará sem punição. Percebendo que Bezerra se sentia mal, vendo-o assim encolerizado, considerou, à guisa de respos...