Meu Pai ...
Todos os que fomos acalentados pelo amor paterno, com certeza, recordamos nosso velho com saudade. Particularmente, quando nós mesmos nos tornamos pais, as lembranças acodem aos atropelos. Na acústica da alma, ainda ouvimos os passos firmes nas noites de trovoadas, a conferir em sua ronda, janelas, trancas, cortinas, o sono da criançada. Se fecharmos os olhos, podemos sentir o deslizar da sua mão levemente pelo nosso rosto e o puxar cuidadoso do cobertor. Vemos sua silhueta se perdendo na penumbra e ouvimos o último abrir e fechar da geladeira. Recordamos da criança que fomos e que ficava à espera da sua volta do trabalho. Aqueles que tivemos pais cujo trabalho exigia muitos dias fora do lar, podemos sentir outra vez o coração aos atropelos, lembrando o som do carro dele, chegando, na madrugada. Será que lembrou de trazer um presente? Será que a sua barba está por fazer e vai espetar o nosso rosto? Recordamos o passeio dos fins de semana, do presente de aniversário, da ceia de Natal. A...